Reconhecimento internacional do vinho do Fogo estimula produtores do grogue de Santo Antão

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Os produtores do grogue na ilha de Santo Antão querem reforçar a aposta na qualidade para que o produto, à semelhança do que aconteceu com o vinho do Fogo, seja também, “um dia”,  reconhecido a nível internacional.

Conforme os produtores, abordados pela Inforpress, se o vinho do Fogo já foi galardoado com medalha de ouro, fruto da aposta na qualidade, o mesmo pode acontecer com o grogue que se produz em Santo Antão, já muito conhecido no mercado nacional.

Alguns produtores, através de uma nota, acreditam que as medalhas de ouro atribuído, em Julho, ao vinho do Fogo “Maria Chaves”, no vigésimo sexto concurso mundial de vinhos extremos, em Itália, deve estimular a aposta da qualidade do grogue, mas deve ser motivo para as autoridades reforçarem a fiscalização.

Voltam a pedir à Inspecção-geral das Actividades Económicas (IGAE) para “combater de uma vez por todas” o mau fabrico da aguardente, que é ainda uma preocupação em Santo Antão.

Para já, os produtores estão “satisfeitos” com a “forma tranquila” como decorreu a safra da cana sacarina e a período de industrialização da aguardente (Janeiro a Julho) em Santo Antão),  mas insistem na necessidade do reforço da fiscalização, com a criação da prometida delegação da IGAE no Porto Novo.

Os produtores Edivaldo Neves e Simão Évora confirmam que tanta a safra de 2018 decorreu na “tranquilidade”, mas, no seu entender, há ainda a necessidade do reforço da fiscalização, que passa pela abertura da representação da IGAE no Porto Novo.

Este ano foi marcado, também, pela aposta da IGAE na formação dos produtores em toda a ilha de Santo Antão, iniciativa visando a melhoria da qualidade da aguardente que se produz nesta ilha.

Governo, que já prometeu montar “um bom sistema de fiscalização”, tem estado, igualmente, a estimular os produtores do grogue a se comprometerem com qualidade do produto que pode ser exportado para a Europa e para os Estados Unidos da América (EUA).

Os produtores esperam, também para 2018, a instalação do tão desejado laboratório de análises e certificação da aguardente em Santo Antão, projecto já anunciado pela associação dos municípios desta ilha.

Santo Antão, com uma área de 1.034 hectares da área aerícola coberta por casa sacarina, tem capacidade para produzir dois milhões de litros de grogue genuíno/ano, produto com mercado nos EUA e Europa.

Cabo Verde, com uma produção anual da aguardente a rondar os 10 milhões de litros, possui 312 unidades de produção do grogue, 60% das quais têm estado a funcionar de forma ilegal, segundo a IGAE.

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