O vice-presidente da Adventry Travel Trade Association (ATTA), Gustavo Timo, afirmou hoje que Santo Antão tem potencial para alcançar novos patamares no turismo mundial, com a implementação do projecto de governança dos caminhos pedestres.
“Santo Antão já se destaca em Cabo Verde pelo conjunto de mais de 300 quilómetros de trilhas que já foram reconhecidas. O visual, a beleza cênica, o povo, a gastronomia, todo o conjunto que Santo Antão oferece é muito único, é muito autêntico e tem capacidade para atrair turistas de todo o mundo”, afirmou.
Gustavo Timo, que falava aos jornalistas após a socialização do projecto de governança dos caminhos pedestres de Santo Antão, no Auditório do Liceu Januário Leite, no Paul, enfatizou que a capacidade, a hierarquia de atracção das trilhas, as paisagens, entre outros elementos, fazem com que Santo Antão tenha o potencial de atingir novos patamares.
Segundo a mesma fonte, com a implementação do projecto, várias acções serão realizadas para tornar os caminhos vicinais e pedestres mais competitivos.
“Vamos trabalhar na promoção da regulamentação e da portaria, na implementação de normas técnicas e no desenvolvimento de um modelo de governança, gestão e arrecadação para as trilhas e os caminhos vicinais”, explicou.
A ideia, conforme Gustavo Timo, é que o sistema de trilhas, todo este património, que é um activo de Santo Antão, se transforme num produto turístico que atraia mais turistas estrangeiros, trazendo recursos, gerando emprego e activando negócios no entorno dos caminhos vicinais.
“Toda a cadeia produtiva do turismo será beneficiada, gerando mais rendimento e desenvolvimento para Santo Antão”, garantiu.
Por sua vez, o ministro do Turismo e Transportes, José Luís Sá Nogueira, disse que espera que a consultoria possa trabalhar com cada uma das câmaras municipais de Santo Antão, mas também com os agentes do sector do turismo.
“Precisamos estimular pequenos e médios negócios, trazer linhas de crédito através da Pró-Empresa no programa Impulsiona para fomentar esses pequenos negócios. O Instituto do Turismo, as câmaras municipais, todos nós devemos fazer um trabalho de formiguinha para conseguirmos, de facto, mostrar aos jovens e à população que as oportunidades existem, mas é preciso saber como aproveitá-las”, defendeu.
Segundo o governante, muitas vezes a dificuldade em saber como agir faz com que as pessoas entrem num estado de inação.
“Nós precisamos sair deste ciclo vicioso e ser mais agressivos comercialmente, para que, quando o turista chegue a Santo Antão, possa gastar cada vez mais. Esse é o lema, temos de fazer os turistas gastarem, mas para isso é necessário haver oferta”, salientou.
Neste sentido, a mesma fonte realçou que é necessário trabalhar a oferta para que ela faça parte de uma cadeia de valor no turismo e que seja um turismo inclusivo.
No entender de José Sá Nogueira, Santo Antão pode ser um exemplo que pode ser transferido para outras ilhas com o mesmo tipo de potencial, como por exemplo Santiago, São Nicolau, Brava e Fogo.
“Santo Antão tem uma característica extremamente importante, que é o facto de ter ao lado São Vicente, e as duas ilhas podem constituir um produto turístico por excelência. Portanto, vamos tirar vantagem disso e impulsionar o desenvolvimento de Santo Antão enquanto um destino turístico que queremos colocar no mapa da promoção turística”, exortou.
O operador turístico Odaír Gomes disse que receberam de “bom grado” a iniciativa de assistência técnica em relação à normalização das trilhas pedestres de Santo Antão, pois ela deverá regularizar e estabelecer regras para o bom uso das trilhas.
“Há muito tempo que aguardávamos essa iniciativa. Estou contente que o Governo tenha dado o pontapé de saída neste projecto, que, sem dúvida, valorizará ainda mais o património das trilhas de Santo Antão”, afirmou.