O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, disse, no Mindelo, que o Governo está a trabalhar com o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), para a criação do primeiro banco de empreendedorismo jovem que vai facilitar o acesso ao crédito.
Ulisses Correia Silva falava na abertura da Feira de Empreendedorismo promovida pela Feira Internacional de Cabo Verde (FIC), no Mindelo, até 23 de Dezembro, sob o lema “Levante-se e crie as suas oportunidades”.
Segundo o chefe do Governo, “esse banco, que terá capital do BAD e do Estado de Cabo Verde, vai criar condições muito mais facilitadoras do acesso ao crédito” do que os outros bancos que existem no País.
No entanto, segundo o primeiro-ministro, actualmente em Cabo Verde existe um conjunto de condições criadas para o acesso ao financiamento e que estão a ser melhoradas pelo Governo. Uma das medidas, explicou, é a expansão da Casa do empreendedor, que já funciona na cidade da Praia, para as outras ilhas para ajudar as pessoas a desenvolver todas as iniciativas necessárias para montar negócio.
Neste sentido, Ulisses Correia e Silva pediu que as pessoas “deixem de colocar a questão do financiamento como obstáculo ao exercício de actividades dos negócios”.
“Financiamento existe. É claro que há condições e há requisitos a serem exigidos, a burocracia que existe, às vezes, é sempre que houver algum problema relativamente ao financiamento temos que ter a capacidade de contactar a casa do empreendedor e a pró-empresa para podermos ultrapassar estas dificuldades”.
Por sua vez, o presidente da Câmara de Comércio do Barlavento (CCB), Jorge Maurício, afirmou que a Feira de Oportunidades é uma “montra privilegiada” porque dá visibilidade para os empresários de São Vicente que oferecem produtos e serviços “distintos e de qualidade” e é uma oportunidade de negócio que “aproxima o negócio da comunidade local”.
Por causa disso, defendeu que é importante dispensar incentivo aos investidores privados para diversificar a economia, criar a base laboral e fiscal para a economia digital e mecanismos efectivos para combater a economia informal e consolidar o ambiente concorrencial e legal.
Também sugeriu a necessidade de “promover o autoemprego, as micro e pequenas empresas, adaptar a legislação laboral às necessidades do mercado actual, relançar o mercado imobiliário, qualificar a agricultura para o mercado mais actual, tendo em vista os mercados turísticos do Sal e da Boa Vista, disponibilizar mais recursos públicos para os transportes e definir políticas públicas para uma pesca industrial” entre outros.
Para a presidente da FIC, Angélica Fortes, a feira é “uma porta aberta aos pequenos empreendedores, uma pista e um estímulo aos que têm vocação para virem a ser grandes empresários e que precisam do ABC, da iniciação, e da escola primária da vida económica”.
Nesse sentido, explicou, a organização “tomou a iniciativa de criar um gabinete de apoio à gestão e finanças que estará disponível no recinto da feira, durante todos os dias que decorrem o evento, com consultores e especialistas em educação financeira para apoiar expositores e visitantes” que precisarem.
Já o vereador Rodrigo Martins, que representou a Câmara Municipal de São Vicente disse que espera que o evento “seja mais um marco para a promoção empresarial, para o fomento ao empreendedorismo, inovação, criatividade, troca de experiências e conhecimento”.
Também afirmou que a Câmara Municipal de São Vicente não medirá esforços, enquanto poder local, para criar as sinergias e condições necessárias ao fomento do investimento, melhorando a competitividade do território, para torná-lo mais dinâmico e mais atractivo para a captação de investimentos.
A Feira de Oportunidades decorre na Praça Dom Luís até 23 de Dezembro com a participação de artesãos, pequenos negócios, mercearias, boutiques, restauração, fast-food e moda, numa diversidade de sectores e num espaço que vai acolher ainda animação cultural e um workshop sobre educação financeira, que objectiva promover conhecimentos e capacitar os empreendedores.
