Num artigo publicado no site da OMT, o secretário-geral da Organização Mundial do Turismo, Taleb Rifai, refere-se às manifestações de “turismofobia” que tiveram lugar nos últimos tempos em alguns destinos turísticos, para afirmar que “o crescimento [do turismo] não é o inimigo mas sim a gestão insustentável”.
“Nos últimos meses temos assistido à publicação de notícias procedentes de vários destinos em que se fala de turismofobia, acompanhadas de imagens de protestos contra a “invasão dos turistas” e a exclusão da população local por parte de empresas turísticas”, recorda Taleb Rifai, para quem “o crescimento [do turismo] não é o inimigo”, como também “o número crescente de visitantes não é o inimigo”. No que ao turismo se refere, sublinha, “o turismo está e deve estar vinculado à prosperidade económica, à criação de postos de trabalho e ao aumento de recursos para financiara protecção do meio ambiente, a conservação cultural, assim como as necessidades das comunidades no âmbito do desenvolvimento e do progresso, que de outro modo não teriam resposta”. Acrescenta que, além disso “o intercâmbio intercultural que fomenta o turismo permite ampliar perspectivas, abrir a nossa mente e o nosso coração, melhorar o nosso bem-estar e sermos pessoas melhores criando um mundo melhor”.
Para o secretário-geral da OMT, “cuidar para que o turismo seja uma experiência enriquecedora tanto para os visitantes como para os anfitriões implica o desenvolvimento de medidas políticas e de práticas sólidas baseadas no turismo sustentável, assim como a participação dos governos e administrações nacionais e locais, das empresas do sector privado, das comunidades locais e dos próprios turistas”.
Taleb Rifai diz ainda que o sector precisa de directrizes claras e de uma regulação específica mas não de limitações ao seu crescimento. Directrizes relativas, por exemplo, à “gestão de visitantes em lugares turísticos”, à “redução da sazonalidade”, ao investimento em novas zonas turísticas e em novos produtos, entre outras.
Relativamente aos casos de Veneza e Barcelona, Taleb Rifai sublinha que “embora as comunidades locais devam ser consultadas para que participem na planificação do turismo “a turismofobia exercida por cidadãos é, em grande medida, consequência de uma falta de gestão sustentável do crescimento. A existência de empresas ilegais, os danos infligidos a ecossistemas marítimos e terrestres ou o comportamento inadequado de uns poucos viajantes não implicam que o sector do turismo ignora as abordagens éticas”, ou seja, “trata-se de uma falha na gestão, não de uma falha do sector em si”, afirma.