RTP anunciou a escolha de Lisboa para acolher o próximo festival Eurovisão e de Guimarães para o Festival da Canção. Presidente da autarquia anuncia que a taxa turística irá financiar o evento, cujo orçamento não foi divulgado
Braga, Porto, Gondomar, Guimarães e Santa Maria da Feira foram hipóteses analisadas por uma equipa da RTP, mas no fim de contas Lisboa foi a cidade selecionada para ser a anfitriã do Festival Eurovisão da Canção, foi ontem anunciado à imprensa. “É uma decisão empresarial da RTP, validada pela Eurovisão. Se quiser é uma co-decisão, e deve-se a um conjunto de critérios. O critério não é só o recinto, mas também as praças que Lisboa oferece, a capacidade hoteleira, a proximidade ao aeroporto e a um hospital, até a proximidade à RTP pesa. É muito mais fácil e prático gerir esta operação a uma curta distância, portanto há todo um conjunto de valências determinante. Lisboa tem um pacote fortíssimo”, comentou ao DN o presidente do Conselho de Administração da estação pública, Gonçalo Reis.
Nos dias 8, 10 e 12 de maio, o MEO Arena vai receber as semifinais e a final do Festival Eurovisão da Canção. Uma informação que foi transmitida de forma indireta: a RTP, na comunicação que fez ontem aos media no final da tarde, na sala do Conselho de Administração, mencionava o Parque das Nações. Gonçalo Reis desvalorizou essa nuance. “Não há questão nenhuma”. E explica: “É no Parque das Nações, no pavilhão que toda a gente conhece, o MEO Arena. É uma infraestrutura com uma qualidade enorme, com capacidade técnica para receber pessoas e equipamento”. O facto de não se usar o nome comercial do pavilhão estará relacionado com a Eurovisão: a Ericsson Globe, em Estocolmo, perdeu o naming durante a realização do festival de 2016.
O Festival Eurovisão não se confina à zona oriental de Lisboa: é no Terreiro do Paço que vai ser montado um outro espaço de “espetáculos variados”. O Eurovision Village decorrerá durante dez dias. Ao que se apurou junto do presidente do Conselho de Administração da RTP, ainda está por definir a configuração deste espaço.
Sobre o financiamento do Festival – “não é um tema fácil, mas não é um monstro” -, Gonçalo Reis disse aos jornalistas que a Câmara Municipal de Lisboa e o Turismo de Lisboa irão cobrir “a maior parte dos custos”, sendo também expectável a participação do Turismo de Portugal, e da própria Eurovisão. Quanto a números, nada: só no final do ano é que se saberá em quanto orça o evento, em linha com as diretrizes da Eurovisão.
Fernando Medina, cuja chegada tardia atrasou o início da comunicação em mais de 45 minutos, explicou que este investimento na promoção da cidade é “uma oportunidade que não se pode desperdiçar”, dada a visibilidade que atinge. “O impacto económico justifica o investimento, e este será feito com o recurso à taxa turística”, revelou, para de seguida se comprometer: “Não despenderemos recursos dos contribuintes.” Também nesse campo, Gonçalo Reis disse que vai ser “o Festival da Eurovisão mais económico dos últimos anos e um dos mais criativos”.
Mais temas no Festival da Canção
Nos próximos quatro anos, o Festival da Canção vai estar em itinerância. Em 2018 vai decorrer no pavilhão multiusos de Guimarães – uma escolha “simbólica, de uma cidade que foi capital europeia da Cultura”, referiu Reis. O evento no qual é votado o concorrente ao Eurovisão não saía de Lisboa há 35 anos, recordou Daniel Deusdado, o diretor de programas da RTP, antes de revelar que na próxima edição o número de canções em cada semifinal ascende a 10, mais duas em cada semifinal do que na última edição.