O primeiro-ministro (PM) defendeu hoje, na ilha do Sal, que o contrato de concessão com o grupo Vinci vai no sentido de melhorar a capacidade, o desempenho e a qualidade dos aeroportos e aeródromos no País.
Ulisses Correia e Silva fez esta leitura, durante o seu discurso na cerimónia que marcou hoje a assinatura do contrato de concessão do serviço público aeroportuário ao grupo Vinci, envolvendo a gestão por 40 anos dos quatro aeroportos internacionais e três aeródromos do arquipélago.
Conforme explicou, toda esta construção baseou-se em “elementos muito fortes”, apontando uma “confiança estruturada”, com base em dados e em informações que permitiram tomar esta decisão.
“É uma opção estratégica de longo alcance e é por isso que é de longo prazo, uma aposta forte para fazer crescer o negócio aeroportuário com competitividade e sustentabilidade”, assinalou.
Disse que o Governo escolheu esta parceira com “garantia” de um operador de referência mundial, que oferece uma visão partilhada de desenvolver actividades de transporte aéreo.
“Nós ultrapassamos os limites quando temos ambição e quando abordamos o mercado como global para conquistá-lo”, referiu.
De acordo com o chefe do Executivo, Cabo Verde não pode se limitar a ser um país que solicita e recebe ajuda externa, mas sim, continuou, “um país interessado em investimento externo”, em parceria público privada que têm a capacidade de alavancar a economia do país.
“Por isso é que esta parceria interessa a todos e o propósito principal da concessão dos aeroportos é a alavancagem de um sector importante para a economia cabo-verdiana”, frisou.
Para Ulisses Correia e Silva, a valorização da localização do país, o aumento da contribuição da gestão aeroportuária no sector dos transportes aéreos e a melhoria da competitividade do turismo, são objectivos que, juntamente com os parceiros, almejam atingir com esta concessão.
Salientou também que os aeroportos, quer na componente da navegação aérea, quer na gestão aeroportuária, são determinantes para posicionar Cabo Verde e, particularmente a ilha do Sal, como “hub aéreo de referência” em África e no Atlântico Médio.
“Investimentos previstos no contrato de concessão vão no sentido de melhorar a capacidade, o desempenho e a qualidade dos nossos aeroportos e aeródromos”, atestou.
O primeiro-ministro destacou ainda que “seguramente” o arquipélago vai ter mais fluxos de passageiros e aeronaves, maior rendimento comercial dos aeroportos, maior promoção de Cabo Verde enquanto destino turístico e de investimento, com impacto no crescimento, na criação de riqueza e emprego condigno.
“Estamos a construir um posicionamento muito forte de Cabo Verde com uma plataforma aérea, marítima e digital”, salientou, acrescentando que o objectivo é a realização de investimentos e aumento do potencial económico do país.
O Governo assinou hoje o contrato de concessão do serviço público aeroportuário ao grupo Vinci, envolvendo a gestão por 40 anos dos quatro aeroportos internacionais e três aeródromos, recebendo 80 milhões de euros.
Trata-se de uma concessão que o Executivo cabo-verdiano decidiu atribuir à Vinci Airports por ajuste directo, prevendo para a ANA – Aeroportos de Portugal 30% das participações na sociedade de direito cabo-verdiano criada para assumir este contrato.