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ENTREVISTA
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TURIMAGAZINE - MAŖO 2017
com con aņa e que possa, a partir daqui, exportar.
O investidor em Cabo Verde ́ um potencial exportador,
porque o mercado ́ pequeno em termos de escala, mas ́
grande pelos mercados em que estamos inseridos e pelos
acordos que Cabo Verde tem com os outros páses. Isto sig-
ni ca que, trabalhando no sentido de as empresas virem
para Cabo Verde, promovendo o pás, havendo um bom
ambiente de neǵcios, melhoria das condĩ̧es para as em-
presas ć se instalarem criaremos um novo patamar.
Na ́rea da alta tecnologia, as pequenas e ḿdias empresas
t̂m condĩ̧es para aqui se instalarem e depois exporta-
rem para os EUA, exportarem para os páses da CEDEAO, outros. Daqui a quatro ou cinco anos, a ńvel de turismo,
teremos cerca de um milh̃o de turistas. Qual ́ o desa o
de que fazemos parte, a CPLP tamb́m. Podemos aqui ti-
rar proveito do nosso factor plataforma e criar aqui v́rios que vamos ter nessa altura? Vamos ter o desa o de muitos
mais hot́is a serem constrúdos, vamos ter o desa o de
hubs, v́rias empresas a ńvel da tecnologia, a ńvel das
energias renov́veis e poder depois exportar para os outros muito mais energia e ́gua, vamos ter o desa o dos trans-
mercados.
portes maŕtimos e áreos. Vamos ter desa os na ́rea da
alta tecnologia. Todos os desa os que temos agora ṽo do-
Exportar para os EUA com todas as condĩ̧es com o acor- brar. Temos que estar agora a preparar e a prevenir e temos
de comȩar, desde j́, a posicionar-nos, a mostrar desde j́
do que ńs temos. Exportar para a CEDEAO de que fazem
parte 15 Estados de ́frica, um mercado de 300 milh̃es ̀s outras empresas que isto vai acontecer.
de pessoas. Com todo o mercado, todos os acordos que
ńs temos estamos a falar de um total de mil milh̃es de Vamos comȩar a posicionar-nos, desde j́, para que es-
consumidores. Mil milh̃es de consumidores ́ um merca- tas ́reas comecem a ter empresas com oportunidades de
do enorme que pode trazer e angariar muito mais empre- neǵcios. Isto ́ o que se chama de crescimento com pla-
sas para se instalarem aqui e, com isso, poderem exportar neamento. ́ preciso planear, ́ preciso ter um plano estra-
connosco. Cabo Verde, de nitivamente, estaŕ num outro t́gico e esse plano estrat́gico tem de ser acompanhado
patamar.
de poĺticas. Ńs faremos a nossa parte trazendo mais in-
vestimentos, mas estes investimentos ser̃o em fuņ̃o do
Ainda assim, h́ v́rios factores que t̂m impedido um maior
desenvolvimento de Cabo Verde. ́ importante, vai aconte-
investimento empresarial em Cabo Verde. H́ a quest̃o dos
valores elevados da energia, da ́gua, dos combust́veis e at́ cer e ńs vamos dar o salto. Um salto que nos vai permitir
estar num outro patamar de desenvolvimento e ser reco-
mesmo dos problemas de seguraņa. H́ ainda muito traba-
nhecidos a ńvel internacional.
lho por fazer.
́ natural. Um pás em desenvolvimento teŕ sempre traba- E digo mais, o que ńs precisamos, a ńvel do turismo, que-
lho. Estes s̃o factores, podemos at́ chamar-lhes de condi- remos o turismo que temos, que ́ o nosso back bone, mas
cionalismos, mas o governo est́ a trabalhar no sentido de queremos tamb́m outros tipos de turismo. Ño ś de sol
os ultrapassar.
e mar. Queremos tamb́m o turismo de natureza, de even-
tos, o turismo ńutico, o turismo de sáde. Queremos um
E todos ńs, cada um de ńs, faŕ tamb́m a sua parte. Cla-
turismo que nos traga mais marinas, mais iates. Queremos
ro est́ que o factor custo da ́gua e energia acaba por in- dar um salto no turismo para que este tenha uma abran-
uir nas empresas, por in uir na vida das pessoas. Mas isto ĝncia muito maior e que nos permita trazer outro tipo de
́ um desa o, isto ́ uma oportunidade para que as outras turistas. Mas isto ño vai ser feito ś a ńvel da capital, vai
empresas vejam esta ́rea como uma ́rea de oportunida- ser feito, tamb́m, a ńvel das outras ilhas que tamb́m t̂m
de. Fazemos as PPP, parcerias ṕblico-privadas, o governo
de crescer e ser integradas e estamos a ter isso em conta.
est́ consciente de que esta ́ uma limitã̧o mas que vai ser
ultrapassada. Est́ a criar condĩ̧es para que ela seja ultra-
passada. Podemos falar de mais coisas, das ligã̧es maŕti-
Com esta entrevista camos ĺcidos da boa governã̧o de
mas, o governo est́ a abrir possibilidades para que outras
empresas possam entrar no mercado. Um pás quando se excel̂ncia que o governo pretende implementar atrav́s de
Cabo Verde Tradeinvest, promovendo a marca Cabo Verde e
est́ a desenvolver, tem desa os enormes. Mas os desa os
de que estamos a falar hoje, ño ṽo ser os desa os de que que possa captar investimentos direto estrangeiro, que possi-
bilite o crescimento do PIB.
estaremos a falar daqui a cinco anos. Estaremos a falar de